![]() |
Foto: Leandro Taques |
Previstas até maio, atividades focam defesa de direitos como o programa Minha Casa Minha Vida e retomada da democracia
Edição: Vanessa Martina Silva
Após o sucesso das manifestações nos dias 8 e 15 de março, as
organizações que integram a Frente Brasil Popular (FBP) preparam novas
datas de mobilização. As manifestações focam a agenda social e econômica
do presidente não eleito Michel Temer (PMDB).
As ações foram discutidas, nesta segunda-feira (20), em reunião com
representantes das entidades que compõe a Frente. Movimentos populares,
organizações sindicais e entidades estudantis e de mulheres avaliaram
que os atos foram apoiados pela população e que a rejeição às propostas
de Temer aumenta.
O 8 de Março foi promovido por movimentos feministas. Já a
paralisação do dia 15 foi protagonizada pelos trabalhadores e
trabalhadoras da educação, tendo recebido apoio de outras categorias. As
duas manifestações focaram a denúncia da proposta de desmonte da
previdência e foram apoiadas pela FBP.
Crise
A reunião foi iniciada por apresentações do ex-ministro de
Comunicação Social Franklin Martins e da deputada federal Jandira
Feghali (PCdoB-RJ).
Martins analisou o contexto político após o impeachment de Dilma
Rousseff (PT). Para ele, a deposição da presidenta foi motivada pelos
avanços promovidos pelas administrações petistas. Entretanto, só pôde
ser efetivado por conta dos limites e deficiências deste mesmo projeto:
“o golpe veio por conta de nossos acertos [do governo], mas fomos
derrotados por nossos erros”, colocou. Ele defendeu também a necessidade
de mobilização constante contra as medidas do governo de Temer.
“Uma coisa tem que ficar clara nesse ano: eles não mandam nesse
país”, resumiu. “Nós temos que combater o discurso de que a distinção
entre direita e esquerda acabou. A primeira acha a pobreza natural, nós
defendemos o combate a ela”.
Já Feghali considera que o governo peemedebista privilegia os
interesses do poder econômico em detrimento da maioria da população.
“Houve um deslocamento do Estado pelo mercado. Perdeu-se a noção de
cidadania”, analisou. “A política de desinvestimento é muito grave. A
mudança do papel do BNDES é dramática, voltando a ser financiador de
privatizações”.
A parlamentar concordou com a análise de que as últimas manifestações
apontam para novas possibilidades. “O 8 de março, o dia 15, e o ato
ontem na Paraíba, são dias especiais”. Segundo ela, as manifestações
recentes significam uma “tomada de consciência em relação ao significado
do impeachment”.
Calendário
O calendário debatido pela FBP se relaciona com medidas e propostas defendidas pelo governo Temer.
No dia 30 de março, mobilizações protagonizadas por movimentos de
moradia ocorrerão em defesa do programa habitacional Minha Casa Minha
Vida. Um dia depois, atos estaduais lembraram o golpe de 1964,
relacionando-o aos eventos de 2016 e destacando o papel cumprindo pelos
grandes meios de comunicação.
No mês seguinte, no dia 7, ocorre a Jornada Nacional de Lutas,
promovida pelo movimento estudantil e entidades de juventude. Ainda em
abril, atividades serão preparadas pensando na data de votação do
projeto de desmonte da previdência na comissão especial da Câmara que
análise a proposta. Na segunda quinzena do mesmo mês, paralisações
sindicais devem ocorrer.
Já em maio, a Frente se somará às manifestações do Dia Internacional do Trabalhador (1º).
Fonte:Brasil de Fotos
Sem comentários:
Publicar um comentário